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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

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"Sentado de frente para tv, tenho um devaneio ou melhor uma lembrança. Não só uma lembrança, é incrível como o sentimento volta e consegue fechar meus olhos e me fazer sorrir para o nada. Lembro que o sol começava esquentar quando eu acordava, e em quase todas as manhãs, depois de ter passado a noite em claro, eu acordava em paz, meu coração batia em paz, e nada me afetava. Não acordava fraco e nem temendo ao dia, por mais que tentasse voltar ao luto, não conseguiria. "Por favor, ande mais devagar. Vamos respirar... " E tudo isso acontecia porque eu estava conhecendo algo novo. Eu estava me levantando. Por isso o sol brilhava tão bonito lá fora, por isso eu saía nas ruas querendo parar e simplesmente respirar. Percebo que me deram a felicidade incondicional que jamais senti. E seja o que for, lembrança ou devaneio, disto.. eu não quero me perder nunca mais." ~Time it was and what a time it was it was, A time of innocence a time of confidences. Long ago it

As partes perdidas de Vinicius

~Eis aqui uma das poesias mais belas do mundo perdido de Vinicius de Moraes. ~ "Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz. Não te quero ter porque em meu ser está tudo terminado Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada Que ficou sobre a minha carne como uma nódoa do passado. Eu deixarei ... tu irás e encostarás a tua face em outra face Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite Porque eu encostei a minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço E eu tr
-Dê a ela a chance de sentir a sua falta. - '-' T.
O dia amanhece como a alma, frio e doentio. Que ao invés de deixar algum anjo ajudar, foge e corre. Porque na decadência do mais cinza dos dias, deseja estar assim Caído, sentindo a alma queimar, além da alma, a face e o corpo. Por mais decadente que seja, estou num paradoxo. Entre vida e morte dentro do sonho, Que jamais tentei acordar, Ou, definitivamente, acabá-lo. Não desejo a companhia dos mortos, Não desejo palavras de carinho, Não desejo que tu olhes por mim. Porque tu não disseste adeus. E por mais que doa, não julgo os céus por ser ingrato. O céu despenca, Ele grita junto, E deixa derramar em mim A falsa liberdade dos seis anos...

This is the end

     Lá estava eu, só e tranquilo. Ao som quase inaudível do radio. Como de costume, estava bêbado, abraçado aos livros empoeirados, cheios de vida jogada fora. Abracei-me a eles, joguei-me ao chão e sorri.   Deixei o céu cair por um instante.      Seguraste minha mão, me puxaste para o infinito. Fechamos os olhos e começamos a sonhar juntos ao gosto do erro em nossas bocas. Estávamos andando, por entre as ruas desertas de domingo a noite. E por mais raro que seja minha decisão, não conseguia te soltar, não conseguia te deixar ir. Eu não me sentia só naquela bêbada noite.       Andamos até a rua mais escura, de onde viemos e cometemos mais um erro. Tu conseguias o impossível, tu conseguias fazer-me invencível ao teu lado, eu conseguia ser forte. Se estivesse perto de um sonho, eu iria pegá-lo e fazê-lo meu, só meu.       Tu me olhavas com a mais serena expressão de que tudo iria ficar bem. Por um segundo, vivi o que jamais vi em vida. Tu, por um momento, eras o guardião do m

06.02.2013

O gosto do erro está na boca, e corre pelo corpo. Não há volta ou justificativa. E do perigo, tentei salvar as duas almas. E no abismo as joguei, mais uma vez.

01~02~13

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Por um ano não houveram palavras. Por mais diferente que fosse a amizade, estaríamos ali, respondendo uma a outra. Nada de palavras ditas. A presença, era tudo que tínhamos, além de olhares e além de companhia. Nos conhecemos e foi divertido, passeávamos por entre o verde, sob o sol, e ficávamos em harmonia. Houve um episódio em que um pequeno felino pousou o olhar frio cor amarelo no corpo dela, e eu a salvei daquelas garras afiadas e ameaçadoras. Estive com ela e a acalmei. Em troca, ela só me dera sua agradável companhia, e era tudo que eu queria. Ao passar do tempo, fui crescendo, por dentro, apenas. Tornei-me gente, uma pessoa com responsabilidades. E quando o sol estava para nascer, lá estava ela, dançando dentro do lar, cantando ao me ver, e eu retribuía, baixinho, mas retribuía. Ela era a companhia da madrugada, o meu "bom dia" antes do mundo, a primeira a me fazer sorrir. Hoje foi o dia em que ela sentiu dúvidas, se ia ao abraço da liberdade ou se vol