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Mostrando postagens de abril, 2013

Devaneio de plantão

Que tédio. Sentada na cadeira do trabalho, começo desesperadamente a pensar. Como o tédio é capaz de trazer pensamentos tão insignificantes assim?!    Olhando pela janela, vejo os urubus voando por entre os prédios imundos, penso sobre a visão. Por exemplo, olhei para a janela, acabo de sentir-me dentro de um sonho. E por loucura imaginei-me no mesmo lugar que Alice. Quanto mais eu olho, sinto-me diante de uma pintura com imagens graficamente irreais. De repente, as imagens de Alice somem, vejo-me agora mergulhada no mundo surrealista de Dalí, tudo se embaça. O prédio mais próximo é um gigante psíquico da guerra antiga. As nuvens encontram-se negras, e os relógios começam a descer em câmera lenta, estão mostrando as memórias de um sonho, juntos delas o mesmo horário da tela do computador.   A mesa estremece um pouco e logo para. A imagem de Salvador está logo a frente da fábrica desconhecida, e logo ela se transforma em uma pintura realista demais. Uma arma. Dalí sorri. Está ri

Eterno simples

           Percebi que a melodia não encontra olhos perdidos. Dou-me conta de que a melodia sempre me lembra daqueles dias. Essas notas, essa melancolia, esse fechar de olhos, lembram minhas duas asas do passado.          Das justas, das que não prometeram nada. As que um dia sentiram um pequeno aperto na alma, por saberem que não era pra sempre. Sabíamos que cada chuva cessaria e cada riso ou gargalhada passaria, cada saída e cada gesto de mínimo carinho talvez acabasse ficando.         Lembro-me da fuga tripla, cada um se refugiava em absurdas risadas em publico. Cada dor, ou sentimento de ódio, eram gargalhadas para nós. E disso, tiro a força para enfrentar o mínimo de tudo. Das nossas gargalhadas...        Eu não queria perdê-los pelo tempo. Não queria perdê-los por cada palavra errada, ou conselhos desconcertantes. Não peço desculpas por lágrimas ou por decepções. Quando me vejo escutando essa tal melodia, é de vocês, que ficaram lá, que sinto falta. Não peço e nem necessi
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Distancio-me agora da rotina Distancio-me agora de tudo que me mantém vivo. Posso morrer. E fazer uma  caminhada por entre os mortos dos meus pensamentos. Encontro-me finalmente acabando-me por entre as fumaças dos próprios pesares.

O único bom momento

Que clima agradável. Que cheiro bom. Que sonoridade confortante. Está fresco. Eu não quero sair daqui. Não, não pra sempre. Só desejo que fique nessas 05:00 por mais algum tempo. Eu sei, seria pedir demais para o senhor do tempo. Mas não seria demais viver os segundos por um minuto. Fechar os olhos e ainda acordar aqui. Não quero dormir, nem quero me mexer, pois aqui, sinto-me tão confortável. Por mais que eu esteja só, eu quero assim, preciso de algo assim, é necessário respirar esse ar. Aproveitar esses minutos únicos. Aproveitar cada segundo deste silêncio insano. Não quero imaginar o acordar do mais tarde. Espera. Só mais um minuto. Vou por uma música, pra relaxar e pra fechar os olhos. ~ Fui ver o céu. Um pouco manchado de vermelho. Nada menos do que algumas estrelas. Eu respirei o ar gelado. Eu te quis por perto e logo voltei  ao momento da solidão mais bem vivida.  Não digo que é algo vivo. Mas o sentimento é de querer respirar, de aceitar que no momento tudo está bem.