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Memória de uma mente com lembranças

Era manhã, não lembro bem, não sabia nem se estava viva, ou se era vida ou se era eu apenas existindo mais um dia. Já tinha tomado meu café, já tinha fumado um cigarro. De memórias póstumas, mais um verme de Brás Cubas caminhava por de baixo da minha cadeira de rodas. Mas havia de melhorar, minhas pernas iriam se mexer como antes,  eu iria voltar a ter gosto da vida. Quem sabia? Eram 9 p.m em ponto, quando o fusca buzinou lá fora. Mais uma vez eu estava a surtar. Risca, risca, risca e não para. Surta, respira e finge que está bem. O médico entrou no quarto, eis que finalmente eu começaria a tratar do que mais me doía. Eu já não estava mais me importando e sorria, para que pudesse me observar melhor. Um desconhecido ficou parado do lado de fora do quarto para ver o corte em carne viva, olhei a camisa do Venoom, olhei para o seu riso seco de voz baixa, estava envergonhado. Voz tremula e olhos pequenos que brilhavam mais que alguns pontos de luz na água. Eu não sabia que ele me olhar