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Mostrando postagens de abril, 2024

Diário de término parte um

   Já se passaram três dias. Não tem manhã, não tem noite ou tarde. Tem culpa, mas não só isso. Em quanto tempo será que a gente fica nesse luto? A gente tem que seguir um cronograma de perda? O que sentir? O que fazer?     Descrever esse tipo de dor é tipo o vento, vazio e forte, não tem cor. Porém é como flutuar porque não tem mais chão, é sorrir porque tem um medo de perguntarem o que aconteceu. A dor é como se fosse um engasgo, um grito na garganta, um nó, uma amarra, é como olhar pro nada gritando por dentro. É como pular de um ônibus que está em movimento.     No dia 3, sinto que é um ápice, porque é recente, um repente, porque há perguntas. Há dúvidas do que fazer. O quê que eu fiz? por que eu fiz? e agora? O que eu vou fazer agora? Eu sabia que ia estragar tudo!? Se fico por perto, porque não quero perder, se me afasto pra ela e eu esquecermos a nossa história e tentarmos reinventar outra. Mas e se não? E se não for isso? E se essa história de filme não existir? E se... e se..