This is the end
Lá estava eu, só e tranquilo.
Ao som quase inaudível do radio. Como de costume, estava bêbado, abraçado aos livros
empoeirados, cheios de vida jogada fora. Abracei-me a eles, joguei-me ao chão e
sorri. Deixei o céu cair por um
instante.
Seguraste minha mão, me
puxaste para o infinito. Fechamos os olhos e começamos a sonhar juntos ao gosto
do erro em nossas bocas. Estávamos andando, por entre as ruas desertas de
domingo a noite. E por mais raro que seja minha decisão, não conseguia te
soltar, não conseguia te deixar ir. Eu não me sentia só naquela bêbada noite.
Andamos até a rua mais
escura, de onde viemos e cometemos mais um erro. Tu conseguias o impossível, tu
conseguias fazer-me invencível ao teu lado, eu conseguia ser forte. Se
estivesse perto de um sonho, eu iria pegá-lo e fazê-lo meu, só meu.
Tu me olhavas com a mais
serena expressão de que tudo iria ficar bem. Por um segundo, vivi o que jamais vi
em vida. Tu, por um momento, eras o guardião do meu céu e do meu inferno. Finalmente,
beijastes a minha testa, dissestes que me amava, e fostes embora.
Abri os olhos, e com
aquele cheiro de cachaça certeira, larguei os livros no chão. Tive um devaneio.
Um devaneio de liberdade. Se tudo que vivi, fora de alguma forma real, em sonho
quis que fosse com os olhos mais belos que vi e senti.
O céu se levanta, eu me
levanto e vou dormir. E este é o fim.
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