The fallen


Dois anjos perdidos em um paraíso só deles. Lá estavam rolando sobre lençóis com o sangue do adeus. Era a despedida, e como o vento, a lembrança vinha como um sorriso.
Um dos anjos chegou aos lábios do outro e sussurrou com calma “eu voltarei”,o outro respondeu: “mas você não sabe, nem eu, se iremos nos ver na próxima semana, no próximo mês, nunca de novo, não importa, é apenas tempo.”
Como se fosse o corpo perfeito através de outro, sentindo o calor, sentindo a respiração mais perdida, os movimentos eram os batimentos dos corações cheios de sentimentos não demonstrados, que nem mesmo o ser mais apaixonado era capaz de descrever. Eles corriam em direção ao sonho, ao tempo e até mesmo a esperança perdida. Cada aperto era um sorriso, a cada sorriso, lentamente se distanciavam um do outro.
As lembranças juntos iam passando pela parede e por seus corpos, desde o dia que conheceram a musica e a dança perfeita dos olhares, até as almas acabarem se completando nos momentos mais inesperados.

”abracei-te no final do dia, meu corpo em dormência por cima do teu, meus olhos fechados com os teus, o ultimo aperto veio e foi o momento em que percebi que teu corpo não era o meu, que precisávamos seguir e caminhar, sem olhar pra trás. Eu te abracei pela ultima vez.”
Um dos anjos permaneceu junto aos lençóis. Ele estava só.
Não importa quem está indo embora ou quem se foi, finalmente começou a dançar até seus pés e a beleza de suas asas se cansarem.
E assim os passos continuaram, a força prevaleceu naquele que caiu e machucou as asas. Ele continuou a dançar.

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