Carta jogada ao mar

Não tenho mais contato com o mundo. Estou aqui desde eles vieram e destruíram tudo. Não consigo sentir falta de mais ninguém, mas de alguma forma acabei lembrando-me de ti. Estou morrendo? 

Lembro-me de quando caminhávamos pelos jardins da tua cidade, quando nos cuidávamos e nada nos impedia. Brincávamos. Lembro-me uma vez que sonhei com um olho teu dizendo-me adeus, contei-te e isso não te assustou. Quero dizer, aqui estou cheio de lama, cheio de memórias boas e cheio das ruins e lembro-me que o teu calor acolheu-me quando estive com frio, afastando os maus pesadelos. Ah, e as músicas? eram pura melodia. Meu fechar de olhos, o teu fechar de olhos. Tu costumavas pegar minha mão e dizer que tudo ficaria bem. Pequena grande amiga, era um tempo tão bom, não? Eu acostumava acordar feliz, e tu?

Onde estás?
Por quê?
Está tudo bem?
Por favor, responda-me! ou ficarei louco, mais do que ligeiramente já estou.
Ou, simplesmente sobreviva, seja forte e deixe-me saber disso. Eu ficarei aqui.
Eu só preciso de algo que faça sentido.
Maryanne...
Mesmo eu estando embaixo dos escombros do meu lar, porque tu és tão inevitável para mim?

                                                                                                                                     Ass: Frederico.

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