Extra-ordinários domingos

É exatamente assim.

Por malditos longos meses, o domingo tem a mania de estar mudando de humor o tempo todo, o que obriga-me a respirar fundo três vezes em mais ou menos de quatro em quatro horas. Isso começou a me incomodar muito.

De manhã acordo, fumo ópio, estou extremamente bem, penso que ficarei assim até a noite. Logo após o pequeno lanche da tarde, tento fechar os olhos e dormir. O corpo descansa, a mente continua pensando, isso me entristece. Faz-me querer delirar ou escutar uma boa música com violinos ou fumar ópio novamente.

Ah, e quando chega a noite, chuvosa como está hoje. Que por intermináveis horas pensei em estar bem, respirei fundo por quase 600 vezes, só que as memórias me matam, os pensamentos me fragilizam. Estou triste porque neste domingo estou independente. Um amigo encontrou outro caminho e não me disse adeus. Outra amiga prefere 8 ou 80, e ela sempre escolhe o 80.

E por um momento quero chorar, me machucar e ir embora. Mas eu não posso. Preciso mudar antes de ir. Preciso me levantar antes de ir. Preciso crescer e ser independente sem chorar antes de ir, preciso fumar mais uma delirante e perfeita memória, encher os pulmões das tuas imagens, soprá-las e estas ecoarão, “você não é mais o mesmo. Você não existe mais.”

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