Noite silenciosa


Na noite, olha as estrelas. Elas apenas observam. E ele como se nunca as tivesse visto, apreciava. Voltara agora de um mundo tão distante, seu próprio mundo. Seus olhos, sem expressão alguma, refletiam o brilho da lua e das estrelas. Estava triste. Não sabia o porquê. Suas lágrimas escorriam como se fossem uma longa despedida.
Passara tanto tempo dentro de um cubículo. Por muitas noites dançava na escuridão, mas aquela noite era diferente de todas. Não dançava mais, não escutava nada mais, apenas o vento batendo nas folhas. Pensava no ultimo abraço, boas lembranças acompanhadas de sofrimentos contidos. E o tempo passava...
Ali, um mortal parado na frente de uma janela apreciando o brilho da lua e suas companheiras. Por um momento pensava que era um ser que nada sentia. Foi feliz um dia, agora, um espaço vazio. Algo cobria sua cabeça e seu coração impedindo-o de amar. Não se arrependia de nada, mas se arrependia de tudo que deixou de fazer.
Aos poucos o sol ia aparecendo e seus olhos iam fechando.
Dormiu por pouco tempo, mas teve um sonho. O sonho de sua vida inteira, as felicidades, as tristezas, os sorrisos, as lágrimas, os únicos que o fizeram sorrir, o amor, o primeiro, único e ultimo amor. Abriu os olhos, viu as flores deixadas, as imagens. Suspirou e soltou uma única lagrima. Deixou escapar um ultimo sorriso.
O dia fora mais escuro do que a própria noite. Seus olhos então se fecharam novamente. E entrou em um sono profundo. Caindo em uma escuridão sem fim. Não teve sonhos. Deixou para trás a matéria, os sentimentos. Sua alma, não chora mais. Apenas a procura de um novo começo.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

O ultimo mês...

Eu e a Lua

Querido diário virtual: Rotina perdida